sexta-feira, 9 de novembro de 2012

"Pra começar, quem vai colar os tais caquinhos..."

Inventamos esse blog há maior tempão mas escrever que é bom, neca! Bom, não sei o porquê mas resolvi dar primeiro passo hoje. E já que a intensão é dividir experiências (e fazendo a fita do nome do bloguito), o assunto do primeiro post é: morar sozinho é bom demais!

Moro sozinha (sem família) na "cidade mára" há 14 anos! Nossa! Como passa rápido! Meu primeiro pouso foi no bairro Flamengo, onde dividi um quarto e sala com duas amigas. Três mulheres morando em um apartamento pequeno... Não deu certo, nem precisava escrever isso, rs. Mas a experiência foi ótima! Passei momentos inesquecíveis naquele "ap", como levar minha primeira multa por barulho e pegar uma das minhas roommates dando no quarto pra um carinha da faculdade, enquanto o encanador consertava a pia da cozinha... Época boa aquela que a gente só queria saber de festa, faculdade, mais festa, comer macarrão, mais festa e estágio. Durou dois anos a brincadeira com as colegas. Os seguintes foram eu, comigo mesma. O que mudou de lá pra cá? A faculdade infelizmente acabou, o macarrão virou kilos acumulados na barriga e o estágio teve que virar emprego fixo porque hoje não é mais papai que paga tudo.

Poderia morar com minha mãe e economizar dinheiro? Sim. Com esse dinheiro poderia ter viajado mais e até ter um carro? Talvez sim. Se me arrependo? Sem dúvida não. Valeu cada centavo gasto para viver sozinha no RJ. Nesse caminho de quase uma década e meia já teve crise de ansiedade, desespero, muito choro, brigas com namorados e porta-retratos quebrados no chão, febre de 40 graus sozinha na cama, ressacas físicas e morais, cozinhas alagadas, geladeiras quebradas, muita comida estragada, potes indo para o lixo por nojo de lavar, lâmpadas queimadas, porteiros santos, amigos que passaram e amigos que ficaram. Aprendi a me virar, cozinhar (poucas coisas, ok), tirar mancha, escolher fruta na feira, ir sozinha no médico com febrão, fazer sopa, vitamina, economizar luz, água, gás, telefone, dividir espaço, emprestar coisas, limpar casa, ter mais responsabilidade, cuidar de uma gatinha e por aí vai. Pra quem lê pode parecer pouco ou balela. Mas cada momento de dor, sofrimento ou felicidade, alegria, contou muito e valeu muito a pena!

Hoje, aos 33 anos, depois de cair e levantar várias vezes, passar por vários perrengues, agir impulsivamente, ser quase sempre ansiosa e espontânea, não tenho do que reclamar. Cada experiência contou e ainda conta como aprendizado para reafirmar quem eu sou e o que eu quero. Não são poucas! E certamente não teria chegado nesse estágio de maturidade, sabedoria ou até neurose (seja lá o que for é bom!), se ainda estivesse morando debaixo da barra da saia da mamãe. Tive e tenho muito culhão para bancar essa vontade, porque não foi nada fácil sair de uma cidade pequena, onde todo mundo se conhece, aos 19 anos, com uma mentalidade interiorana e super mimada. Ainda não sou nem tenho tudo que desejo. Mas vivendo um dia de cada vez, conseguindo me bastar e preencher sozinha meu vazio, sei que vou chegar lá.

Que esse blog sirva para relatar essas histórias antigas e novas sobre morar sozinho, trocar ideias, sonhos, angústias, alegrias e "causos", muitos "causos" sobre a vida. Vem comigo! Risos.

Um comentário:

  1. ih, finalmente, alguém resolveu tirar os livros da estante! a poeira é muita, tem até alguma traça, mas são muitas histórias pra contar.

    beijos!

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